Vivemos numa época totalmente singular, a qual se apodera dos indivíduos por intermédio dos discursos e imagens produzidos pela mídia. É ela quem constrói e destrói discursos e padrões que a muito foram alicerçados pela ciências e relações advindas dessas práticas.
Alguns desses discursos, segundo a autora, são advogados, principalmente pela Filosofia e pela Teologia. Aqui o foco da discussão é a construção de gênero. A separação, a segregação, e conseqüentemente, a violência do masculino sobre o feminino.
A autora explora no seu artigo a cumplicidade – se não a autoria, desse marco sombrio no relacionamento entre as pessoas do sexo oposto, tendo a Teologia ratificado essa opressão masculina, desde os tempos medievais, através dos seus teólogos.
Assim sendo, os sujeitos da relação vivem em pólos distintos e, de cada um deles, transcendem um novo aspecto de ser. O masculino tentando se impor com a sua dominação culturalmente estabelecida; enquanto o feminino luta pela sua libertação.
A autora ainda nos faz refletir sobre o discurso teológico construindo durante anos, em que essa supremacia masculina se manteve opressora e dominadora no aspecto de gênero. O macho é ativo, e isso vem da idéia da sexualidade, mais precisamente, da pornografia. Para a autora, a idéia se condensa pelo fato da mulher ser vista através dessa ótica, a qual apresenta o feminino como um produto de consumo, pronta para ser possuída pelo homem.
Obvio que Jesus ensina diferente do discurso teológico. Ele ensina a condenar, tanto esse, como a ótica pornográfica: a visão nessa vertente vai de encontro aos ensinamentos de Cristo, que dá a mulher um lugar de destaque, e mais do que isso, restitui a ela o projeto primário de Deus: adjutora (aquela que está lado-a-lado com o homem numa missão).[1]
A autora nos remete a Idade Média e faz referência a Aurélio Agostinho (Santo Agostinho), para ele a mulher era o “mal” do homem, pois a sensualidade que elas produzem não permitem que os homens sejam “santos”. A partir daí refletimos que a construção de gênero é algo que atravessou séculos nos discursos de pessoas eminentes como Agustinho, formando assim uma visão deturpada do propósito divino sobre a construção de gênero.
Por fim, concluímos com a ajuda da autora, que a violência sofrida pelas mulheres tem se formado e se constituído culturalmente, para surpresa de muitos, através do discurso teológico, o qual deveria ser descontraído para resgatar o que Jesus pagou com o seu sangue: a salvação de todos, principalmente, a das mulheres.
Edmilton Gomes da Silva
[1] Notas inferidas de outras leituras
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